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A descrição de uma viagem que começou com um teste de gravidez POSITIVO
A Maria Victória desde cedo se habituou ao telemóvel. Os bebés agora nascem a ver-nos com os telemóveis na mão, a falar ou a navegar por aí e já é uma coisa natural. A minha filhota rapidamente se apoderou dos nossos telemóveis. Aqueles dedinhos até parece que foram feitos para aqueles ecrãs. Para além da imagem, a Maria Victória gostava de simular conversas. Sempre que apanhava um telemóvel ou qualquer coisa se lhe assemelhasse, dizia "'Tô?", com ar de diva... Depois, passou a ver o telemóvel como forma de ver o pai quando estava longe. Várias vezes por dia usávamos o FaceTime e isso servia para encurtar a distância e (tentar) matar a saudade. Passou a perder o interesse pelas chamadas sem vídeo. Sem imagem, afastava-se logo.
Mas desde há umas semanas para cá que descobriu uma nova forma de contacto: o telefone fixo. Houve um dia que, por algum motivo, tive que ligar para casa dos avós (onde ela passa parte do dia) e não para o telemóvel. Passaram-lhe o telefone, ouviu a minha voz e, a partir desse momento, deu-se início a uma nova rotina. Todos os dias, pelo menos umas 2 vezes, a Maria Victória senta-se no cadeirão ao lado do telefone fixo e começa a chamar por mim. Já tentámos passar-lhe o telemóvel, mas ela insiste no telefone fixo. Gosta de o ouvir tocar, atender e ouvir-me do outro lado. Depois, vira costas e vai à sua vida. Parece que só quer saber que eu estou ali e isso basta-lhe.
É tão bom ela começar a perceber que estou sempre com ela, mesmo não estando lá fisicamente.
Ontem, não tive tempo para vir aqui eternizar esta efeméride. Hoje continuo sem tempo, mas já não quero adiar dizer umas palavrinhas sobre esta maravilha que é minha filha.
Comecámos o dia bem cedo. Tive uma chamada de conferência às 8:30 e tive que a preparar antes disso para que pudesse estar a dormir novamente a essa hora. Por acaso, correu tudo muito bem. Acordou sozinha às 7:30, mudei-lhe a fraldinha, tomou o leitinho e 5 minutos antes da chamada já estava a dormir no meu colo. Passei-a rapidamente para o berço ao meu lado e dormiu quase a chamada toda. No finalzinho, acordou mas manteve-se em silêncio.
Depois, fez os exercícios vocais a que já nos habituou. Descobriu que sabe gritar e passa sempre uma horinha de manhã nesta actividade. Já disse que, qualquer dia, os vizinhos vêm bater-me à porta. E se não vierem deviam vir. Estes gritos são qualquer coisa de muito creepy.
Quando mamou novamente à hora de almoço presenteou-me com um belo cocózinho na fralda, nas costas, na roupa que ia usar para sair e na toalha. Foi uma fartura. Toca a dar banhinho, vestir roupa nova e sair à pressa para a consulta com a pediatra.
Eu pedi esta consulta para falar sobre a diversidade alimentar, mas prefiro escrever sobre isso num post apenas dedicado a isso. Portou-se muito bem e riu-se para toda a gente. Está com 6,9 kg e 63,5 cm.
Não há palavras que cheguem para descrever estes 5 meses. Eu já imaginava que pudesse ser assim, mas é ainda melhor. E depois é tão fácil gostar desta menina... Penso muitas vezes na sorte que eu tenho em ser eu a mãe dela. <3
Aqui fica o nosso dia em fotos e um vídeo.
Há 4 meses atrás, estava eu em trabalho de parto sem saber. As dores que sentia, fui-as anotando no telemóvel, na esperança de não haver um padrão de repetição. E havia e eu não queria ver. Eu queria achar que era normal, o meu marido queria dormir e que eu não o aborrecesse com os meus ais a cada 6 minutos.
Lembro-me da pausa para o banho às 2 e tal da manhã e de como isso me deixou dormir um bocadinho e de como foi frustrante ter acordado novamente com as mesmas dores. Lembro-me do que me custou sair de casa de manhã para ir fazer análises. Lembro-me de ter que ir trabalhar e preparar tudo para que as minhas colegas me pudessem substituir, caso aquilo fosse o parto. (Sim, ainda não estava convencida). Lembro-me de me ter arrastado 2 vezes para o hospital porque as dores já eram um bocadinho para o insuportável. :)
E depois a minha filha nasceu e continuou comigo. A única diferença é que está do lado de fora. E agora até já sinto saudades de quando estava do lado de dentro. E, logo eu, que ate escrevi um post sobre o quão eu detestava estar grávida (http://testepositivo.blogs.sapo.pt/8482.html)
Estas foram as primeiras fotos que tirei à minha filha. Não foram as primeiras fotos dela, não. Essas não as tenho porque não mas dão. Também não há problema, porque gravei tudo, tudinho na minha cabeça. A foto escura foi tirada no quarto, horas depois de ter nascido. Estávamos as duas sozinhas, já toda a gente tinha ido embora e eu pude ficar a olhá-la com todo o amor. A outra fotografia foi no dia seguinte. Dá para ver o quanto mudou e cresceu.
Para mim, hoje a minha vida é antes e depois da minha filha. E depois da minha filha tudo mudou. Vivo por e para ela. Considero um privilégio ser eu a mãe dela. Eu é que estou sempre com ela. É no meu colo que ela acalma. É a mim que os seus olhinhos procuram. Ela já viveu dentro de mim. Há maior privilégio do que esse?
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