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A descrição de uma viagem que começou com um teste de gravidez POSITIVO
Na noite de quarta para quinta, a Maria Victória estava muito agitada. Não dormiu bem. Chegou mesmo a chorar um pouco, e só sossegou com o meu colo. De manhã, senti-a um pouco febril. Fomos buscar o recém-adquirido termómetro digital, que mede a temperatura na testa e na orelhe, e não funcionava. É o que dá a tecnologia. Ela ia sair para os avós, então pedi-lhes que vissem a temperatura lá. Tinha mais de 38º. Pronto, começaram logo as preocupações. Ela alternava entre estados de choro e de brincadeira. O problema foi que não comeu nada o dia todo. Recusou tudo o que lhe era oferecido.
Quando voltou para casa, chorava, estava ainda um pouco febril, apesar do Be-u-ron. Não costumo ser uma mãe demasiado ansiosa com estas coisas das doenças. Sei que as crianças têm destas coisas e não gosto de lhe passar a minha preocupação. Eram 7 da noite e liguei para uma clínica para ver se alguém a conseguia observar. Não ia conseguir passar a noite sem saber o que a incomodava.
Atenderam-me às 20:30. O diagnóstico foi rápido. Nada nos pulmões, nada nos ouvidos, mas tinha a garganta cheia de úlceras. Tinha HERPANGINA. A médica descansou-me, disse-me que era viral e que em alguns dias isso passava. No entanto, era doloroso. Muito doloroso. Viemos para casa com Ben-u-ron, Ib-u-ron e Ulcermin.
Têm sido noites e dias complicados, com dores, muito choro, pouco descanso. Continua a comer muito pouco e preocupa-me a desidratação. Espero que os dias passem muito depressa e que voltemos à nossa rotina habitual.
O que é, então, a Herpangina?
- É uma infecção dolorosa que afecta a cavidade oral, causada pelo vírus Coxsackie.
- Afecta maioritariamente crianças, especialmente durante o verão e outono.
- A transmissão, na maioria das vezes, ocorre pela via fecal-oral ou por gotículas respiratórias expelidas durante espirros e tosse de pessoas infectadas.
- Normalmente manifesta-se subitamente com febre, disfagia, anorexia, vómito, diarreia, sialorreia e dor de garganta. No período de estado febril, que dura de 1 a 4 dias, surgem na faringe e cavidade oral (amígdalas, úvula e palato mole), pequenas vesículas de coloração branco-acinzentadas, com 3 a 5 milímetros de diâmetro, rodeada por um alo avermelhado. Quando o quadro é grave podem surgir lesões também nas solas das mãos e dos pés.
- Após 2 a 3 dias, as vesículas ulceram. Costumam desaparecer dentro de alguns dias, havendo regressão espontânea das lesões.
- Normalmente, o tratamento é apenas de suporte, uma vez que se trata de uma doença auto-limitante e geralmente termina dentro de uma semana. Indica-se o uso de um fármaco anti-pirético para baixar a febre, bem como outros fármacos, como ibuprofeno e paracetamol, além de agentes anestésicos tópicos para aliviar a dor local.
- É recomendado evitar consumir alimentos condimentados, ácidos e quentes, bem como aumentar a ingestão de líquidos durante o período de tratamento.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Herpangina
http://www.tuasaude.com/herpangina/
http://www.remediocerto.com.br/Artigos.aspx?artID=51
http://www.odontodicas.com/artigos/herpangina.htm
A Maria Victória desde cedo se habituou ao telemóvel. Os bebés agora nascem a ver-nos com os telemóveis na mão, a falar ou a navegar por aí e já é uma coisa natural. A minha filhota rapidamente se apoderou dos nossos telemóveis. Aqueles dedinhos até parece que foram feitos para aqueles ecrãs. Para além da imagem, a Maria Victória gostava de simular conversas. Sempre que apanhava um telemóvel ou qualquer coisa se lhe assemelhasse, dizia "'Tô?", com ar de diva... Depois, passou a ver o telemóvel como forma de ver o pai quando estava longe. Várias vezes por dia usávamos o FaceTime e isso servia para encurtar a distância e (tentar) matar a saudade. Passou a perder o interesse pelas chamadas sem vídeo. Sem imagem, afastava-se logo.
Mas desde há umas semanas para cá que descobriu uma nova forma de contacto: o telefone fixo. Houve um dia que, por algum motivo, tive que ligar para casa dos avós (onde ela passa parte do dia) e não para o telemóvel. Passaram-lhe o telefone, ouviu a minha voz e, a partir desse momento, deu-se início a uma nova rotina. Todos os dias, pelo menos umas 2 vezes, a Maria Victória senta-se no cadeirão ao lado do telefone fixo e começa a chamar por mim. Já tentámos passar-lhe o telemóvel, mas ela insiste no telefone fixo. Gosta de o ouvir tocar, atender e ouvir-me do outro lado. Depois, vira costas e vai à sua vida. Parece que só quer saber que eu estou ali e isso basta-lhe.
É tão bom ela começar a perceber que estou sempre com ela, mesmo não estando lá fisicamente.
Esta semana, foi dia de fazer mais uma celebração hindu.
A minha irmã de coração indiana disse que na quinta-feira era um dia muito auspicioso para começar a escola, um curso, escrever, aprender uma coisa nova. Para isso, pediu-me que colocasse um caderno, papel ou livros e uns lápis ou canetas perto de uma imagem de Ganesh que ela me deu. Como não tive tempo para preparar nada de especial, só consegui arranjar umas folhas brancas e um marcador. Ficaram lá o dia todo de quarta-feira. Na quinta-feira, dei as folhas e o marcador à Maria Victória e deixei-a dar asas à imaginação.
Na cultura indiana, neste dia costuma fazer-se uma puja à Deusa e rezar para sejam bem sucedidos. Também se costuma inscrever as crianças em aulas ou escolas neste dia. Crê-se que a primeira escola de uma criança é o seu Lar e a primeira professora é a sua Mãe. Não podia estar mais de acordo!
Podem ver a minha celebração cá em Portugal e a puja feita na Índia.
Ontem, não tive tempo para vir aqui eternizar esta efeméride. Hoje continuo sem tempo, mas já não quero adiar dizer umas palavrinhas sobre esta maravilha que é minha filha.
Comecámos o dia bem cedo. Tive uma chamada de conferência às 8:30 e tive que a preparar antes disso para que pudesse estar a dormir novamente a essa hora. Por acaso, correu tudo muito bem. Acordou sozinha às 7:30, mudei-lhe a fraldinha, tomou o leitinho e 5 minutos antes da chamada já estava a dormir no meu colo. Passei-a rapidamente para o berço ao meu lado e dormiu quase a chamada toda. No finalzinho, acordou mas manteve-se em silêncio.
Depois, fez os exercícios vocais a que já nos habituou. Descobriu que sabe gritar e passa sempre uma horinha de manhã nesta actividade. Já disse que, qualquer dia, os vizinhos vêm bater-me à porta. E se não vierem deviam vir. Estes gritos são qualquer coisa de muito creepy.
Quando mamou novamente à hora de almoço presenteou-me com um belo cocózinho na fralda, nas costas, na roupa que ia usar para sair e na toalha. Foi uma fartura. Toca a dar banhinho, vestir roupa nova e sair à pressa para a consulta com a pediatra.
Eu pedi esta consulta para falar sobre a diversidade alimentar, mas prefiro escrever sobre isso num post apenas dedicado a isso. Portou-se muito bem e riu-se para toda a gente. Está com 6,9 kg e 63,5 cm.
Não há palavras que cheguem para descrever estes 5 meses. Eu já imaginava que pudesse ser assim, mas é ainda melhor. E depois é tão fácil gostar desta menina... Penso muitas vezes na sorte que eu tenho em ser eu a mãe dela. <3
Aqui fica o nosso dia em fotos e um vídeo.
Desde o início da nossa relação que eu e o meu marido falávamos em filhos. E, enquanto imaginávamos os filhos e quantos seriam e todas essas coisas lindas, chegámos a um acordo muito interessante. Ele decidiria o nome do menino e eu o da menina. Sem qualquer intervenção do outro.
Ora, isto foi tudo muito bonito enquanto não se perspectivavam os filhos. Desde que engravidei, tudo mudou. O meu marido desejava ardentemente ter um rapaz e os nomes que ele seleccionava eram simplesmente assustadores. Só me apetecia acabar logo com aquele acordo. O meu bebé não se podia chamar Tibério ou Viriato. Por favor! O meu marido sempre quis nomes fortes, com grande compenente histórica, mas certos nomes não são compatíveis com um bebezinho. Foi nesse momento que começei a desejar ter uma menina. Até então, o sexo era absolutamente indiferente.
O coração do meu marido ficou partido e eu suspirei de alívio. É uma menina!! Começou, então, a minha busca por nomes lindos, com os quais me sentisse ligada e que não suscitassem gozo por parte dos coleguinhas da escola da minha menina pequenina.
Andei a sofrer algumas pressões para me despachar com a decisão. Queriam saber o nome por causa dos monogramas e essas coisas todas que eu não gosto. Seleccionei 3 nomes: Maria Júlia, Maria Dalila ou Maria Vitória. Às 22 semanas, em pleno dia de Reis, decidi que a minha Rainha chamar-se-á Maria Victória.
Victória era o nome da minha avó materna. Perdi-a muito cedo, ainda bebé, e nada melhor do que perpetuar a sua memória do que dando o seu nome à minha filha. Nada tem a ver com vitórias pessoais ou com benfiquismos (mas até podia ser). É apenas uma homenagem a uma mulher que, não estando presente fisicamente, esteve sempre comigo.
O que se diz de nomes com a letra?
Possui uma lucidez incomum, especialmente no que se refere a julgar o mundo e as pessoas. Diz sempre a coisa certa. O problema é que não vive com os pés chão e desliga a sua atenção com uma rapidez incrível. Às vezes, isso dá a impressão de não se importar com o que acontece à sua volta. A liberdade é uma coisa muito importante e, por esta razão, prefere resolver sozinho os seus problemas sem pedir ajuda ou conselhos a quem quer que seja. Não gosta nem de dar nem de receber ordens e precisa de aprender a controlar a teimosia.
Parece que vou ter problemas com esta menina. Não gosta de receber ordens? Ai, ai, ai!
Maria Victória significa "senhora soberana que vence".
Parece-me bastante auspicioso. No entanto, só quero que a minha princesa seja sempre uma pessoa feliz. Não é o que todos queremos?
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