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Reparei numa moda recente: bebés a usar colares. Depois, reparei que o colar era o mesmo. Um colar feito de âmbar que promete diminuir o desconforto do nascimento dos primeiros dentes. Apesar da minha Mia não estar ainda nessa fase, comecei logo a tentar saber onde poderia comprar o colar. Claro, não sem antes me informar sobre o mesmo.

 

Então, parece que isto é mais uma moda do que outra coisa qualquer. Custam entre 15€ e 25€ e podem ser encontrados em lojas de pedras semipreciosas, blogues, facebook. Quem o vende diz que o Âmbar do Báltico reduz a acidez no corpo humano de uma forma natural. Nos bebés, defendem que o uso constante do colar ajuda a reduzir os sintomas associados com a dentição, como febre, erupções cutâneas, gengivas inchadas, etc. O âmbar, uma resina cristalizada, é rico em ácido succínico que, por sua vez, em grandes doses, é um poderoso relaxante neuromuscular. Em pequenas quantidades, diz-se que o âmbar tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.

 

Os pediatras, por outro lado, são absolutamente contra. Primeiro, não há qualquer evidência científica de que ajudam a diminuir desconforto ou inflamação da dentição. Depois, qualquer tipo de colar não deve ser usado por crianças antes dos 4 ou 5 anos, devido ao perigo de asfixia. Dos seis meses aos dois anos e meio, a criança mexe-se muito, mudando constantemente de posição e há o perigo de o colar se enganchar em qualquer obstáculo e estrangular a criança.
Como vejo crianças mais velhas, já com a dentição completa, a usar o colar, confirmo que é mesmo uma moda. E até é gira. Na minha opinião, usar um colar, de âmbar ou não, num bebé parece-me cruel. Imaginem o bebé deitado e as contas marcarem a pele. A mim incomodam-me eventuais dobras na roupa, quanto mais colares no pescocinho do bebé... E, pronto, já tomei uma decisão. Filha minha não vai usar o colar de âmbar, por muito trendy que seja.
A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) considera que não é recomendado que as crianças pequenas andem com fios ou outras coisas à volta do pescoço. "Até os próprios fios da roupa foram proibidos para crianças, por perigo de acidentes de estrangulamento. Em crianças, bebés ou mesmo maiores não se quer nada à volta do pescoço", explicou Sandra Nascimento, da APSI.

 

 

 

 

 

publicado às 09:37


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