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A descrição de uma viagem que começou com um teste de gravidez POSITIVO
Quando descobri que estava grávida, resolvi procurar a minha nova tribo. Para mim era importante porque eu não percebo nada de gravidez, nunca acompanhei a gravidez de ninguém e tinha imensas dúvidas. Fui muito bem acolhida por todas as meninas que andavam por lá e percebi que havia 3 tipos de pessoas por lá:
- As mães
- As grávidas
- As tentantes (sim, aprendi uma palavra nova que define as meninas que tentam engravidar)
As mães falam mais entre si, dos seus bebés. Muitas já se conheceram no chat durante a gravidez, conhecem os nomes dos bebés.
As grávidas bombardeiam as mães com perguntas sobre o parto (eu incluo-me aqui), se foi difícil, se doeu, quantos pontos levou, se o pós-parto dói, se dói a fazer xixi, se dói a fazer cocó. Enfim, tudo aquilo que elas já não valorizam porque já têm um bebé nos braços. Entre si, falam de nomes de bebé, de medicação, de sintomas.
As tentantes são as mais ansiosas. Qual mães, grávidas, qual quê?! Já vi tentantes mais relaxadas, mas de uma maneira geral vivem num estado de ansiedade que eu nunca experimentei. É angustiante vê-las perguntarem, quase em desespero, se estarão grávidas porque acordaraam enjoadas, porque lhes dói a barriga, porque lhes dói as mamas, porque estão com calor, porque estão com frio. Medem temperaturas, fazem testes de ovulação 3 vezes por dia, todos os dias, testes de gravidez, pesquisam testes caseiros na internet e, em desespero, pedem validação do que sentem nos chats a pessoas que não percebem nada do assunto. Só lhes posso dar um conselho: aguardar, fazer um teste e procurar um médico. Foi assim que eu fiz e não me dei mal. Não consigo sequer imaginar a angústia em que vivem. Deve ser dolorosíssimo querer amar um filho e não poder.
Por outro lado, achei engraçado os nomes que dão ao período menstrual, como se tivessem medo das palavras. Pode ser red, na versão portuguese, ou monstra, na versão brasileira. Pensei que tabus deste género já não existissem. Estava errada.
Eu frequento muito um chat em particular. Aprendo muito, partilho muito, mas é muito importante que se filtre tudo. Ouvir determinadas experiências (que são muito válidas), pode ser traumatizante para quem as ouve. Cada caso é um caso e, nestas coisas, só confio em médicos. Gosto de recolher todo o tipo de informação, mas depois é preciso ter a inteligência de relativizar.
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