Meti-me na maior aventura da minha vida. Não estou nada arrependida. Pensava que seria mais fácil; sabia que ia ser bom, mas é melhor ainda. Nem sei bem quando é que me tornei mãe. O dia em que descobri que estava grávida foi importante, senti-me imediatamente responsável por aquele bebé que o teste de gravidez me dizia que eu tinha na barriga. Havia opções mais saudáveis a fazer. Mas não foi aí. Acho que me senti a mãe do meu bebé quando ela comunicou comigo pela primeira vez. Fez-me uma festinha na barriga e, a partir desse momento, ela era a minha filha. Foi às 18 semanas de gravidez. Nunca gostei muito de estar grávida, mas adorava carregar a minha filha na barriga. Lembro-me de dizer, a determinada altura, que queria muito puxar a barriga até ao peito para poder abraçar a minha menina melhor. Esse dia chegou. Foi há quase um ano... Passamos tantos dias a querer segurar nos braços o nosso amado bebé e, eis que ele chega, e não sabemos o que fazer com ele. Eu sentia medo, um respeito por aquele ser que foi intimado a nascer. A minha principal preocupação era não a perturbar. Queria causar o mínimo incómodo possível. Se no início o colinho era para a princesa, logo logo percebi que era paliativo para mãe e filha. Sou 100% a favor do colo. Gosto e preciso desse contacto físico com a minha menina. Ela esteve 8 meses num ninho protector, ouvia a minha voz, sentia o meu coração a bater, conhecia os meus movimentos. Só acho natural prolongar esse ninho e tentar reproduzi-lo o mais tempo possível. Estou com a minha filha ao colo sempre que podemos. Ela agora está mais interessada em percorrer o chão da casa e andar agarrada a tudo, mas se a apanho com soninho vem logo para o colinho. Devo ter passado longas horas a carregar a minha filhota. 1 mês e meio depois dela nascer, recomecei o trabalho. Quantas chamadas de Skype eu fiz com ela ao colo! Quantas vezes lhe dei de mamar enquanto falava para o outro lado do mundo! Quantas horas passei eu a trabalhar só com uma mão... No outro braço estava o meu amor. Só assim fazia sentido para mim. Resultado: tenho dores fortíssimas nas costas e nos pulsos. Mas vale a pena porque precisamos de estar juntas. Enquanto tive o berço Next to me, da Chicco, ela estava mesmo ao meu lado na cama e era um prolongamento da minha cama. Estávamos coladinhas. Agora, está na cama de grades, mas continua ao meu lado. Contra a opinião da pediatra, mantive-a no meu quarto e só passará para o seu quando eu achar que é altura. Ainda não acho. De vez em quando (quase todos os dias), vem para a nossa cama e adora. Dormir com a minha pequenina não me causa qualquer problema. Ela gosta, eu gosto, o pai reclama, mas também gosta. Estamos juntos e ela está feliz, e isso é que me importa. Chuvas e chuvas de beijos. Estou constantemente a beijar a minha filhota. E ela já reclama. Já percebeu que é completamente exagerado. Não quero saber. Quem manda sou eu, e ela tem é que aguentar com os milhares de beijos que lhe dou. Sou daquelas mães que deixam tudo para traz para cuidarem dos filhos. Quando digo tudo, é tudo mesmo. Deixo o banho, o trabalho, os amigos, a minha alimentação. Nem me lembro. Não há qualquer sacrifício associado na hora. Claro que mais tarde, quando me apercebo do que faço, sinto no corpo a falta de disciplina que tenho. Adorava ser daquele tipo de mães que andam todas impecáveis, bem arranjadas, que seguem uma alimentação cuidada, têm tempo para si, para os amigos e para o bebé (?), que têm a casa arrumada e o bebé perfeito. Eu não consigo! Por aqui, reina o caos. Eu não como, não durmo, não saio de casa, não me arranjo. Há brinquedos espalhados por todo o lado, roupa que não foi arrumada, tenho restos de comida na roupa... Mas a princesa está sempre bem, bem alimentada, confortável, feliz, sempre em primeiro lugar. Tudo por ela! Estou a tentar melhorar a minha organização pessoal, mas não prometo nada. Este ano tem sido um carrossel de emoções, de falta de descanso.... Não o trocava por nada deste mundo, mas admito que podia ter tido este ano há mais tempo.