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A descrição de uma viagem que começou com um teste de gravidez POSITIVO
O Dia Internacional da Mulher está historicamente ligado a manifestações por parte de mulheres por melhores condições de vida e de trabalho, pelo direito de voto. Hoje em dia, essa realidade está tão distante que parece incrível que algum dia uma mulher não pudesse votar porque achavam que não teria discernimento para o fazer. As condições de vida e de trabalho não estão ao nível das dos homens, há muito ainda a fazer, mas já se percorreu algum caminho.
Quanto a mim, não acho muita piada à forma como se celebra o Dia Internacional da Mulher. Estes dias são sempre das minorias e eu recuso-me a considerar-me uma minoria. Tornou-se em mais uma desculpa para se receber e dar presentes e esquecemo-nos do essencial. Mais ou menos como o Dia dos Namorados. Não me oponho a receber um miminho, desde que não seja APENAS nestes dias. :) O dia da Mulher irrita-me muito mais do que o dia dos Namorados. Os machistas compram uma coisita qualquer e dão à mulher porque esse é o dia delas. O resto dos dias do ano é deles. Por favor!! Irrita-me, também, a lei da paridade na Assembleia da República e noutros órgãos. Porquê? Isso é uma esmola que dão às mulheres e, elas, todas contentes, aceitam. Lá ficam com um lugar que lhes foi atribuído, não por mérito, mas porque precisavam de meter lá uma mulher. Claro que, entretanto, muitas outras ficam de fora só porque não tiveram oportunidades. Ou porque não são homens.
Não tenho quaisquer dúvidas de que o mundo ainda é dos homens, mas começa a ser cada vez mais das mulheres. Sou mulher e filha única. Em casa, o meu pai sempre me fez questão de lembrar que eu era menina e havia coisas que eu não podia fazer. Se fosse rapaz... Aprender a andar de bicicleta sozinha, aprender a andar de mota sozinha, querer ter um carro, ser independente, não me subjugar a homens, não pedir favores à família, não pedir cunhas para chegar onde cheguei. O homem lá se habituou e eu fui quem e como quis ser. Tudo isto é de tal forma motivo de orgulho para o meu pai, que ele tem alguma dificuldade em aceitar algumas das minhas fragilidades que, como é óbvio, também tenho.
Se sou como sou, é porque fui uma menina privilegiada. Tive acesso a educação e cultura, pude escolher os cursos que quis tirar, informei-me, conheci muitas pessoas diferentes de mim. Tudo isso fez de mim a pessoa que sou hoje. Muitas outras pessoas, mulheres ou homens, não tiveram acesso a nada disto. É nisto que eu acredito, que todos tenhamos acesso às mesmas coisas. Depois, o que cada um faz com as suas oportunidades é com cada um.
Este ano, pela primeira vez, vejo este dia com outros olhos. Estou grávida e não consigo deixar de pensar em todas as outras mulheres que estão grávidas e que não sabem como será o dia de amanhã. Não é que eu saiba, mas certamente tenho alguns confortos. Mesmo assim, sinto que estamos a anos-luz de outros países europeus. Eu trabalho como freelancer para uma empresa internacional. Todos os meus colegas de trabalho são estrangeiros e muitos deles têm filhos. Tiveram a possibilidade de estar meses sem trabalhar. Apesar da minha empresa ser estrangeira, sou freelancer em Portugal, logo se não trabalhar não ganho. É tão simples. Já me sinto bastante cansada, mas se eu entrar de licença agora fico sem dinheiro e isso não pode ser. Quando a minha filha nascer, já sei que vou sentir-me forçada a trabalhar o mais rapidamente possível, pois não posso estar meses sem receber o meu ordenado. Gostava imenso de poder usufruir da minha condição de mãe, gostava que a minha filha pudesse receber toda a atenção da parte da sua mãe, mas isso não vai ser possível. É nestas alturas que eu gostava de estar a trabalhar na Noruega ou na Finlândia. Não tinha que me preocupar com nada disso.
Já desejei várias vezes não ser mulher. Ser homem é bastante mais fácil, mas não trocava a minha condição por nada deste mundo. Espero nunca ter de dizer que ser mãe me tornou mulher, que a vida só faz sentido com filhos, etc., como já vi outras mulheres a dizer. Acho que é extremamente injusto para com todas as mulheres que optam por não ter filhos, que não podem ter filhos. Uma mulher não se pode reduzir à maternidade. Se estar grávida já mudou a minha vida? Já. Tem sido maravilhoso. Quando a minha filha estiver cá fora será ainda melhor, tenho a certeza.
Hoje, vou celebrar a minha vida enquanto mulher, filha, esposa, amiga, profissional e, também, mãe. É dificil ser-se mulher devido aos inúmeros papéis que desempenhamos na vida. E é por esse mesmo motivo que é tão fantástico ser-se mulher.
Feliz Dia da Mulher, Mulheres!
Eu sou uma daquelas pessoas que, antes de atingir a maioridade, já tinha uns cabelitos brancos. Na altura, achei o máximo, sentia-me crescida. Nessa altura, foi quando as tintas de cores alternativas se vendiam por todo o lado. Havia sprays, espumas, tintas que saíam com as lavagens e outras mais definitivas à venda em qualquer supermercado. Como qualquer adolescente com necessidade de afirmação, eu fui uma adepta fervorosa da mudança de visual. Passei por todas as cores, até mesmo azul (imaginem!). Loucos anos 90... tão ridículos.
Quando amadureci e tentei perceber qual seria a minha cor de cabelo original, descobri que os cabelos brancos estavam lá e não eram poucos. Passei a ter de pintar o cabelo com regularidade. Como escolhi o castanho escuro / preto como a minha cor de cabelo, os cabelinhos brancos ficam logo logo à mostra.
Quando engravidei, colocou-se uma questão importante. Como é que vou pintar o cabelo, se sei que as tintas costumam ser tão tóxicas? É que era impossível eu não pintar o cabelo. Nem pensar passar 9 meses, mais os outros todos da amamentação, sem pintar o cabelo. Não bastava ficar gorda, inchada, com estrias e, ainda por cima, com o cabelo com mau aspecto. É que não seria apenas os cabelos brancos. O meu cabelo é mais claro do que a cor que eu uso e as raízes notam-se imenso.
Então, encontrei esta solução numa daquelas lojas Celeiro. De todas as que encontrei, e vi noutras ervanárias e farmácias, esta tinta é a que me parece menos agressiva. É tão pouco agressiva que não tem cheiro, não dá comichão e também não cobre completamente os cabelos brancos. Com algumas lavagens, lá estão os cabelos brancos a brilhar... Mas também não importa muito. Dá para disfarçar durante algum tempo e uma embalagem dá para usar umas duas vezes. Eu tenho que ir mesmo ao cabeleireiro aplicar a tinta porque esta embalagem não tem aqueles aplicadores para usarmos em casa. O que também é uma vantagem, pois podemos usar o que sobrou. Eu deixo a tinta no cabeleireiro e ela lá faz a gestão.
Eu adoraria não ter que usar nada no cabelo, mas também não podemos ser mais papistas do que o Papa. Também é importante mantermos a auto-estima em bom estado e estarmos felizes.
As minhas queridas mamãs usam alguma coisa para disfraçar os brancos no cabelo? Têm alguma sugestão?
Chegámos às 30 semanas e ainda falta tanto...
O bebé nada em cerca de meio litro de líquido amniótico, que vai diminuindo com o passar das semanas. Portanto, há menos líquido mas a criança está maior. A verdade é que me sinto cada vez mais pesada. Estima-se que neste mês, as grávidas ganham entre 1,5 e 2 quilos, e é absolutamente normal engordar cerca de meio quilo por semana no último trimestre. É normal, mas eu queria ver se não engordava mais. Já é difícil o suficiente assim. Como o bebé precisa de cada vez mais nutrientes, eu ando sempre cheia de fome. Estou insaciável.
No início da gravidez, andava mais sensível. Depois, fui ficando cada vez mais zen, completamente imperturbável. Agora, as variações de humor voltam a ser comuns. Ontem, na entrega dos Oscars, lá estava eu a chorar com os discursos.
Outra coisa que me preocupa é o parto. Não me tem saído da cabeça e aborreço toda a gente com isto. Depois, fico com dúvidas se estarei preparada para a maternidade, se tenho tudo o que é preciso, se vou conseguir ter dinheiro para sustentar a minha filha... é um drama.
Bom, vamos aguardando as próximas semanas e esperar que passem depressa.
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