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A descrição de uma viagem que começou com um teste de gravidez POSITIVO
Detesto queixar-me e não gosto muito de pessoas que estão sempre a queixar-se. Aliás, já desactivei o meu LIKE de páginas onde as pessoas estavam sempre a queixar-se. Ou eram elas ou eram os filhos, ou era a tosse, ou era a febre, mais uma queda, mais uma ida ao hospital. Não tenho muita paciência para isso. Já temos que lidar com os nossos problemas, e ainda temos que levar com as queixas dos outros?
Hoje sou eu que estou doente... E estou grávida. Pela primeira vez, consegui colocar-me no lugar de algumas pessoas. A minha preocupação não é apenas comigo, mas também com o bebé que tenho na barriga. Fico aterrorizada só de pensar que para me tratar posso fazer mal ao bebé. Sinto-me mal e acho que isso pode fazer mal ao bebé.
Infelizmente, tal como tanta gente, sinto necessidade de partilhar as minhas ansiedades e medos com o mundo, na esperança de conseguir encontrar conforto, alguém com o mesmo problema. Provavelmente, estou a aborrecer alguém que terá problemas mais graves do que os meus. Espero que não deixem de me ler. Amanhã será melhor. Espero.
Hoje liguei para a Saúde 24.
Acordei de madrugada, dormi mal. Estava cheia de dores de garganta, toda entupida. Ontem, andei a chá de gengibre, mel e canela e tomei dois Ben-U-Ron. Bem sei que precisava era de um anti-inflamatório, mas devido à gravidez sei que não é possível.
Logo de manhã, liguei para a Saúde 24. Foram muito simpáticos e atenciosos. Mesmo sendo uma mera dor de garganta, fizeram imensas perguntas, ora relacionadas com a dor de garganta, ora com a gravidez. Senti-me bastante segura.
Prescreveram-me pastilhas para a garganta da marca Duk, de 2 em 2 horas, até 3 dias no máximo, soro fisiológico ou água do mar para adultos para o nariz, e continuar com o Ben-U-Ron de 8 em 8 horas, até 5 dias no máximo. Para além disto, muitos líquidos mornos e prestar muita atenção à febre e a eventuais pontos brancos na garganta.
Esta linha é fantástica e espero que nunca acabe. Evitaram-me uma ida ao hospital (possivelmente, vinha de lá pior e ia atrasar os serviços a quem precisaria mesmo de estar lá) e assim posso ficar descansadinha em casa a recuperar.
Um desejo muito secreto. Fazer uma capa de revista grávida e no interior uma reportagem completa sobre mim. Estas estão tão giras. Acho que todas nós merecemos um momento destes, numa fase em que nos sentimos tão frágeis...
Sou uma pessoa muito reservada desde sempre. Sou filha única e não estou habituada a partilhar a minha intimidade com qualquer pessoa. A minha intimidade é um bem tão precioso que acho mesmo violento que alguém tente entrar nela sem ser convidado.
Esta minha reserva faz com que seja assim com os outros, também. Isto confunde-se com uma distância que quase imponho às pessoas, mas a verdade é que estou a respeitar o seu espaço. Na casa de alguém, sou incapaz de abrir armários ou gavetas e não vou ao frigorífico. Não faço perguntas íntimas e, sobretudo, não toco em ninguém.
Entendo que me achem estranha, mas é assim que eu sou. Não tenho nenhum trauma infantil (pelo menos que eu conheça), simplesmente gosto muito da minha privacidade e preservo a minha intimidade e o meu espaço.
Agora que estou grávida, sinto isto a dobrar. Estou grávida de pouco mais de 13 semanas, a minha barriguita nota-se pouquinho. Mas quem sabe que estou grávida, percebe que há ali qualquer coisa. E toca a mexer na minha barriga. Não há nada que me irrite mais. Não falo do meu marido, claro. Esse agradeço que toque, claro. :)
A minha barriga é minha, não é pública, não é dos meus amigos, da minha família e, sobretudo, não é de estranhos. Não sou insensível ao ponto de achar que as pessoas estão a invadir o meu espaço pessoal conscientemente. Sei que o fazem com muito carinho e simpatia, e que estão felizes por ver o bebé a crescer dentro de mim. O pior é que ainda não tenho consciência de que tenho um bebé na barriga. Não o sinto. Só sei que está lá porque mo disseram as ecografias e as análises. De repente, vêm pessoas tocar-me? Porquê? Ninguém foi tocar nos tin-tins do meu marido e dar-lhe os parabéns.
Não sei como vou conseguir ligar com esta questão nos 6 meses que me restam. Estou com a paciência nas lonas e só espero manter sempre a calma quando me tocarem. Para já, tento encontrar algum humor nisto tudo e verifico que não sou a única a pensar assim. :)
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