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A descrição de uma viagem que começou com um teste de gravidez POSITIVO
Ontem fiz uma amniocentese, ou melhor, uma biópsia das vilosidades coriónicas.
Sempre achei que ia fazer uma, devido à minha idade. Quando engravidei, tinha acabado de fazer 35 anos. Depois, fui percebendo que não era bem assim. Havia outros exames a fazer antes de nos decidirmos por uma amniocentese. Ao longo das ecografias (e, em 16 semanas, já fiz 5), fomos vendo que tudo estava dentro do normal. Depois, às 12 semanas, fiz o rastreio bioquímico. Também não revelou nada de anormal. Perante isto, o médico disse que a amniocentese ficava ao meu critério. Deu-me umas semanas para eu pensar no assunto. O que é que eu ia fazer? Na verdade, não tinha nenhuma vontade de fazer a amniocentese, mas também não queria ficar na dúvida tantos meses. Juntamente com o meu marido, decidimo-nos pela amniocentese. Seria uma amniocentese por vontade materna.
Pesquisei tudo sobre este procedimento. Li imensa literatura, relatos de outras senhoras e vi vídeos. Tudo me parecia completamente inócuo, com um risco muito baixo, pouco doloroso e bastante rápido, como se pode ver neste vídeo:
Toda a vida lutei contra o meu peso. Não que alguma vez me tivesse considerado gorda, mas muitas vezes tive excesso de peso. Sempre desejei ser mais magra e, sobretudo, desejei não ter problemas flutuação de peso. Quando me descontrolava um bocadinho, lá engordava uns quilitos.
Hoje em dia, o meu peso tem andado pelos 63kg, sendo que meço 1,70m. Lá está, não me considero gorda, mas adoraria ter 5 kg a menos. Por mim, estaria sempre com os meus 57kg.
Durante toda a minha vida adulta, dizia que quando engravidasse ia ficar como uma orca. Isto porque a minha compleição física não é pequena. Tenho rabo grande e mamocas generosas. Juntando a isto uma barriga grande e uns quilos extra de líquidos retidos fica tudo grande, certo? Logo, uma valente orca.
Esta é a primeira vez que estou grávida e luto com a orca que há dentro de mim todos os dias. Quando descobri que estava grávida, tinha perdido cerca de 2kg, pois passei aquele primeiro mês a dormir e a comer muito pouco. Os 60,9kg que pesava às 5 semanas ficaram como referência. Às 11 semanas tinha 64kg e o médico passou-se. Proibiu-me os hidratos de carbono e disse que tinha que fazer dieta, que uma mulher grávida e gorda é horrível. Bom, foi assustador! Às 13 semanas, já estava novamente com os MEUS 63kg. Amanhã é dia de consulta e dia de nova pesagem. Em 3 semanas fiz muitas asneiras, outras vezes portei-me bem. O meu estado altamente emocional não ajuda nada.
Numa gravidez é mandatório engordar. Quando mais não seja, fica-se com o peso do bebé, da placenta e líquido amniótico. Se há altura em que pode engordar, que seja na gravidez. Mas também acho que tem que haver regras, por todos os motivos. Não creio que seja bom para o bebé estar rodeado de gordura, ter uma mãe com as tensões altas, açucares altos, colesterol, etc. Para além disso, se a mamã pretende recuperar a sua forma após a gravidez, ajudará bastante se não tiver engordado muito.
Custa-me que me critiquem quando falo que grávidas gordas me incomodam. Por ser uma questão estética é menos válida e mais fútil do que outra qualquer? Não acho. Será que é um factor que as pessoas conseguem controlar? Provavelmente, não. Se eu falasse de uma mãe fumadora, provavelmente teria uma série de apoiantes. Como falo de maus comportamentos alimentares, já acham mal. Pois, para mim é igualmente grave.
O mais provavel é que eu fique mesmo uma orca. Tenho 5 meses de gravidez pela frente. Mesmo que cumpra toda a dieta escrupulosamente, pela falta de actividade física, e por todos os outros motivos, vou engordar muito. Vou estar muito feliz por engordar por um motivo tão lindo. Se me vou sentir linda? Muito provavelmente, vou sentir-me muito mais linda com a minha filha nos braços e mais magrita.
Lamento se a minha opinião choca as pessoas, mas é a minha opinião.
Recém chegada às 16 semanas, não me aguento das costas. Como é possível?
A barriga mal se nota, pouca gente sabe que esou grávida, ainda faltam meses e meses até ao parto, e já não me aguento em pé mais do que uma hora. É muito, muito estranho...
Tenho tido noites terríveis. Gosto de dormir de barriga para baixo e já percebi à força que não posso fazê-lo. Viro-me imensas vezes durante a noite, dói-me aqui, dói-me ali. Acordo cansada e com a sensação de que não descansei nada. Pelo contrário, é como se não tivesse descansado.
O médico proibiu-me a actividade física, não porque tivesse algum problema, mas porque ele acha que não vale a pena. No entanto, acho mesmo que preciso de alongar. As aulinhas de Pilates não me faziam nada mal. Já fazia antes e acho que vou retomar.
O que me assusta é que ainda nem a meio da gravidez cheguei e o desconforto já é enorme. Admito: sou um vidrinho. Para piorar as coisas, estou super emocional. Tudo me faz chorar, tudo me peturba e emociona.
É esperar que passe, não é? Entretanto, se souberem de alguma coisa que alivie a dor de costas, ajudem uma grávida desesperada.
Pois é... com tanta coisa, nem me dei conta que não prestei a atenção devida às minhas lindas 15 semanas. Já não sei quantos dias levo a mais, mas em breve estarei nas 16. :)
Então, o que é que acontece durante esta semana? Parece que os bebés soluçam imenso, embora não saia nenhum som porque têm a traqueia cheia de água. É expectável que se tenha engordado entre 2 e 5 quilos. Estou toda contente porque, pelo menos até à semana passada, ainda mantinha o meu peso. Se calhar, já engordei nestes últimos dias. É bem provável. O bebé, por seu lado, só pesa à volta de 70 gramas. Agora as pernoquinhas já estão a ficar mais compridas do que os braços, as unhas estão todas formadas e todas as articulações funcionam. O sexo do bebé já é visível.
Só agora me lembrei de que não vos mostrei a ecografia da revelação do sexo. Já, já trato disso. :)
Finalmente, comprei uma Bimby.
Na cozinha, sou uma nulidade. Graças a isso, e a um marido também preguiçoso, passamos a vida a jantar no restaurante, na casa dos pais, a encomendar comida e a aquecer comidinha da mamã no microondas. No meio desta desorganização toda, sempre tentei fazer uma alimentação saudável. Tentava, mas nem sempre era possível, como é óbvio. Comidas rápidas dificilmente são sinónimo de comidas saudáveis.
Com a gravidez, fiquei cada vez mais consciente de que é importantíssimo fazer uma alimentação saudável. Preocupa-me que possa engordar muito, que tenha tensão alta, diabetes e essas coisas todas a que ficamos expostas quando estamos grávidas e com as defesas mais em baixo. Andava super dependente das sopas da minha mãe. Ela não vive na mesma cidade que eu. Via-me forçada a congelar a sopa em doses individuais e descongelar cada vez que comia sopas. É certo que podia fazê-la eu mesma, afinal é apenas uma sopa e não tem grande ciência, mas sou mesmo incapaz de sequer fazer uma sopa. Acho que é o tempero.
Ontem entregaram-me a Bimby. Hoje, já fiz uma sopa deliciosa de courgette e cebola, apenas um pouco de sal e azeite. Sem qualquer dificuldade, consegui fazer uma sopa light, saborosa e saudável.
O meu objectivo com a Bimby é poder fazer uma alimentação variada, de forma fácil e poder cozinhar para amigos e família (sem ter que encomendar comida). O meu maior receio é conseguir resistir às coisas fantásticas e fantasticamente calóricas que a Bimby faz num estalar de dedos. Vamos ver se é melhor a emenda do que o soneto.
A primeira sopinha :)
Eu e os cremes não temos uma boa relação.
Como qualquer mulher, sou obcecada por cremes. Quando passo por eles no supermercado, na perfumaria ou na farmácia, eles chamam por mim, pedem-me que os leve para casa, gritam que me fazem muia falta, que me vão pôr linda. Tenho em casa uma parafernália deles, para tudo e mais alguma coisa. Durante uma semana, uso o creme religiosamente e depois vou perdendo o interesse. Ficam aqui por casa, moribundos, meio cheios. Quando me lembro, lá os vou aplicando até que têm idade de ir para o lixo. É sempre assim.
Desde que descobri que estou grávida, que toda a gente me fala da importância de aplicar regularmente um creme gordo na zona da barriga, rabo e pernas e peito. Durante duas semanas, (e ainda nem barriga tinha) fiz isso 2 vezes por dia, de manhã e à noite. Mas cedo me apercebi que aquilo não era para mim. Comecei com o tradicional creme gordo. Não gosto da textura, do cheiro (ficava mesmo enjoadita), sujava-me a roupa toda por mais que espalhasse e detestava a sensação de ficar colada à roupa. Depois, por indicação médica, comecei a usar o Velastisa da Isdin. É muito suave, cheira bem, é absorvido rapidamente, pelo que não se cola à roupa. Ora, perante isto, eu poderia usar o belo do creme todos os dias... mas não! Agora que a barriga já se vislumbra, só aplico o creme só depois do banho, e quando me lembro. Ainda por cima, agora está frio. Custa-me tanto espalhar o creme quando eu estou quentinha e senti-lo tão gelado em mim.
Preciso de arranjar uma forma de incluir o hábito de aplicar o creme nas minhas rotinas. Não sei como vou fazer... Por outro lado, a médica disse-me que ter ou não ter estrias tem uma componente genética muito forte. Vou esperar que os genes me ajudem, já que eu não me consigo ajudar a mim própria.
Não gosto de estar grávida, mas quero muito ser mãe (só para que conste).
Ontem, fiz um desabafo no meu facebook (www.facebook.com/TestePositivo). Escrevi o seguinte:
"Hoje não me apetece estar grávida... Sou má por pensar assim?"
E coloquei esta imagem:
Isto gerou alguns comentários. A maior parte das meninas disse que era uma fase, que estes sentimentos são normais. Provavelmente, algumas delas já tinham passado por isso. Mas houve um comentário que me deixou bastante triste. Ora vejam:
"De certa forma sim, pensa quantas mulheres gostariam de estar e por algum motivo não conseguem engravidar, agradeça a Deus por essa vida que carrega em seu ventre sempre e tenha paciência tudo vai passa, pensa nessa alegria que vai ter logo,logo em seus braços, tudo vai valer a pena, cada desconforto que passou.....bju"
Gostava de esclarecer que toda a vida quis ser mãe, mas nunca tive grande vontade de engravidar. Sentir-me enjoada, doente, com dores de barriga, estar emocional, engordar, alargar, ficar cheia de borbulhas, estrias, ser cortada ou rasgada, levar pontos na zona mais sensível do corpo, entre outras coisas boas, não fazem parte da minha lista de desejos. Ser mãe, sim.
Não acho que uma mulher que carregue no seu ventre uma criança seja mais ou melhor mãe do que uma que crie uma criança. A capacidade de amar nada tem a ver com parir. Sobre esse assunto nem me vou alongar, dado que são inúmeros os exemplos de péssimas mães biológicas.
No meu caso, toda a vida disse que se pudesse ter um filho, de outra forma que não fosse através da gravidez, o faria. Claro que era meio a brincar, meio a sério. Tendo em conta que sou uma pessoa, graças a Deus, saudável, resolvemos ter um bebé pelos meios naturais. Sou muito maternal e não ser mãe não fazia parte dos meus planos. No entanto, sou muito prática e estava preparada para a eventualidade de não conseguir ter filhos biologicamente. Nunca estive preparada para não ser mãe. Tenho a certeza de que ira ser mãe de qualquer outra forma.
Sobre aquelas mulheres que não podem ter filhos, lamento mas não me sinto culpada por eu ter conseguido engravidar e elas não. Entendo a sua dor e desespero, se pudesse fazer alguma coisa para ajudar, fá-lo-ia. Como não posso fazer nada, só me resta lamentar a sua sorte e desejar que mude. Não é por haver mulheres que não podem ter filhos que me sinto mais abençoada. Nem se pode ter filhos por esse motivo. Se for por aí que as pessoas trazem crianças ao mundo, então algo vai muito mal.
Falando sobre mim e sobre a minha gravidez, que é por isso que criei este blogue, gostava de dizer que esperei até aos 35 anos para ser mãe. Até nisso fui muito abençoada. Andei sempre acompanhada por médicos, que me diziam que tudo estava bem. Engravidei muito rapidamente. Procurei ter uma vida boa para poder receber uma criança. Creio que eu e o meu marido temos os meios suficientes para proporcionar uma vida confortável ao nosso bebé e, mais importante do que isso, temos muito amor para lhe dar. Toda a família está muito envolvida e ansiosa pela chegada do primeiro neto. Esperei até aos 35 anos por ser uma pessoa responsável e por querer o melhor para a minha família.
Estou muito feliz e excitada por receber a nossa menina. Se a pudesse ter já hoje, linda e saudável, nos meus braços, não hesitava. Se gosto de estar grávida, apesar dos poucos sintomas que tenho? Não, não gosto. Se tudo vai valer a pena? Claro que sim.
O meu médico é um querido. Na última consulta, vendo a ansiedade do meu marido em querer saber o sexo do nosso bebé, disse que podíamos passar pelo consultório ontem para ver o sexo.
Então, às 14 semanas e meia, ficámos a saber que vamos ter uma menininha. E o mundo do meu marido desabou. Ficou em silêncio e pediu para ficar sozinho depois da consulta. Foi uma vida inteira a desejar ter um companheiro dos carros, motas, helicópteros e futebol. Ele sempre sentiu pena dos amigos que tinham meninas; como é que eles brincavam com elas? Depois, ia ficando cada vez mais assustado com os amigos que, um após outro, iam tendo rapazinhos. Começava a pensar que a probabilidade de termos um menino ia decrescendo. E eles brincavam com o pânico de ele ter uma menina... Que os filhos deles iam namorar com a nossa filha, etc., etc.
O mais temido aconteceu. O médico disse que quase de certeza absoluta que é uma menina. Eu estou muito feliz. Mas é uma felicidade incompleta porque não vejo o pai da minha menina feliz. Sei é que uma questão de tempo, que ele vai aceitar, que vai adorar ser pai de uma menina linda e que ela vai adorá-lo.
Perguntou-me, a medo, o que é que ia fazer com uma menina... Não sei, mas sei que vai ser a pessoa que mais vai amar no mundo.
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