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Sempre tive grande fascínio pela gravidez e pelo parto. Era tanto o respeitinho que lhes tinha (e ainda tenho) que eu tentava recolher o máximo de informação de todas as pessoas que já tinham tido filhos. O que mais me aborrecia era que não havia grande entusiasmo a descrever aquilo que eu considerava a maior aventura da vida de qualquer mulher. E, agora, eu percebo isso. Depois da criança nascer, a gravidez e o parto são completamente desvalorizados pelas mães. No meu caso em concreto, passei a gravidez toda focada na gravidez. Pensava no meu bebé como parte de mim e já só mais para o final pensava nele cá fora. Aí tinha mesmo muita vontade de agarrar na barriga e chegá-la mais para o peito e poder abraçar a minha menina. Fui registando, sempre que podia, as minhas impressões da gravidez, o que sentia, o que ia acontecendo. E ainda bem que o fiz porque já me lembro de muito pouco. Duas das minhas melhores amigas estão grávidas de 31 e 35 semanas e vão-me fazendo perguntas. Se me perguntarem o que sentia quando a minha bebé mexia, eu sei descrever com todo o rigor. Parece até que ainda consigo senti-la... Agora, se me perguntarem com quantas semanas ela ficou cefálica já não saberei dizer. Não sei quando fiz a análise da glucose, não sei quando fiz a ecografia morfológica. Não sei, não me lembro. Felizmente, graças ao meu registo, posso ir cuscar isso tudo. Quando, há umas semanas, fui procurar uma dessas informações até fiquei emocionada com o que li. Primeiro, parecia que eu estava a ler qualquer coisa que alguém escreveu, depois, fiquei a ler detalhes da minha vida e rapidamente as memórias voltaram. Comentei com o meu marido que adorava ler-me e ele achou que eu estava a ser arrogante e pouco humilde. Naturalmente, não me referia às minhas habilidades literárias (que sei que não tenho), mas sim à possibilidade de voltar atrás no tempo. É voltar a um tempo muito, muito feliz. Hoje, mãe da menina mais linda do mundo há quase 8 meses, também eu já esqueci daqueles detalhes que todas as grávidas (e as grávidas to be) querem saber. Tenho saudades de estar grávida e o parto foi óptimo. Só me lembro das coisas boas e parece que só houve mesmo coisas boas. Foi uma sucessão de acontecimentos que me trouxe a pessoa mais importante da minha vida. A natureza não brinca e tudo faz sentido. Faz-se uma formatação de tudo o que foi negativo e ficam só as memórias felizes. Se assim não fosse, quem iria querer ter mais filhos?

publicado às 01:38



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